segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As palavras

guardei cada palavra
guardei-as bem escondidas
as de amor foram esquecidas
e as de tristeza, perdidas

Economizei cada letra
desisti de todas as rimas
não as usei, eram só minhas

esqueci de amar
não lembrei da face paixão
é que por hora,
cada declaração seria em vão

fugi de cada amor
por não ter palavras para usar
por não ter rimas para declamar
por não ter tempo para me apaixonar

escondi cada sentimento
mas envelheci
lutei contra cada lágrima
mas sequei

sem mais amores para viver
entristeci
e sem suspiros, mudo
morri.

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Aos depressivos de plantão!

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Um comentário:

Bruno Augusto disse...

Caríssimo, admirei-me deste poema, fiquei tocado, não pela depressão, mas pelo sentido do verbo amar.. tão dificilmente conjugado...

abraços...